terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"Fui deputado estadual, poderia ter ficado acomodado com esse status político"

Presidente do PRB Amazonas - Ivo de Assis
O Amazonas é um outro país. Políticas públicas que já são uma realidade no resto do Brasil ainda se encontram em estado embrionário no estado.  Fazer política para mudar essa realidade, sem se deixar converter pela politicagem é um sacrifício a que poucos se propõem.  O PRB tem seu missionário no estado. Há 30 anos envolvido com trabalhos sociais, Ivo de Assis aceitou o desafio de consolidar o partido no estado, distanciando-o de práticas que ajudaram a manter, sem trocadilho, a política local na selvageria. E com fé tem se realizado sua missão. “Ainda há muito a fazer, mas acredito que ser 10 é estar comprometido com Deus e com o povo. E esse comprometimento vai tornar nosso sonho realidade.”



Quais eram as suas perspectivas quando assumiu a direção do estado?
 Sabíamos do desafio quando aceitamos a missão em maio deste ano. Pegamos um partido completamente desestruturado, muito parecido com a realidade social de boa parte do estado. Hoje, não tenho dúvidas de que as metas estabelecidas, como a de dobrar o número de vereadores e prefeitos, vão ser superadas.  Dos 62 municípios amazonenses, estamos em 56. Se levarmos em conta que isso foi conseguido em apenas três meses, dá pra ver o potencial de crescimento. Claro que existem muitas dificuldades ainda, como a falta de estrutura em algumas localidades, as dificuldades logísticas. Mas, com fé, vamos superar todas.
 As distâncias não ajudam muito...
É verdade. Aqui temos que ter o espirito missionário. Você não tem opção a não ser viajar por via aérea ou fluvial. Não dá pra imaginar visitar duas cidades no mesmo dia. As distâncias entre um município e outro muitas vezes superam facilmente a de dois países na Europa. A logística fica muito difícil. E não é só nas viagens, mas também na comunicação. Nossa s linhas telefônicas são ruins. Banda larga, então...
 A Militância tem ajudado?
E muito. Principalmente o PRB Jovem e o PRB Mulher, que estão mais consolidados. Mas, em alguns municípios, isso ainda não é realidade. Temos diretórios recém-criados, então é natural que ainda existam localidades onde a militância não está tão organizada. Porém, a julgar pelo empenho e dedicação, isso é questão e tempo.
 O fato de o PRB ser um partido novo ajuda ou atrapalha?
Ajuda e muito. O cidadão amazonense clama por mudanças e identifica o PRB com essas mudanças. Ele está cansado da mesmice. O problema é que muitas realidades sociais do estado ainda estão presas no passado. E não é nem no século XX, mas no XIX. Existem municípios onde não há juízes nem Ministério Público. Então, quem manda é o prefeito que nomeia o delegado e tem, muitas vezes, o domínio sobre os políticos locais. Por exemplo, há poucos meses, um pré-candidato a prefeito anunciou que se filiaria a nosso partido disposto a implementar as mudanças de nosso programa. Na última hora, depois de ter anunciado a mudança para todos, ele voltou atrás e se aliou com o prefeito. Eu fui procurá-lo e ele me disse que havia sofrido ameaças, que iam da retaliação à sua vida profissional e à família a até a própria integridade física. Diante desse quadro, posso julgá-lo? Não temo dizer que a maioria da população quer a renovação. Mas muitos ainda vivem com medo.
 De que forma a liderança nacional do PRB poderia ajudar a coibir essas situações?
O presidente Marcos Pereira tem manifestado sua preocupação e ajudado. Ele já esteve aqui e sempre que possível, em sua agenda, ele encontra um tempo para nos ouvir. Acredito que nossos deputados e nosso senador, que também já manifestaram suas preocupações, poderiam fazer uma visita e levar para Brasília essas preocupações. Declarações de apoio à mudança na situação política local seriam uma demonstração de força e coesão que assustaria os que ainda se prendem ao passado.
 O senhor não teme por sua própria segurança?
Depois de mais de 30 anos de trabalho social e de militância, você fica mais calejado. Claro que muitas coisas ainda chocam. Ainda mais em uma região onde a presença do poder público várias vezes não é percebida, porque não existe. Mas abracei o projeto do PRB. Uma proposta de mostrar que dá para fazer política sem ceder à politicagem. Fui deputado estadual pela Bahia, poderia ter ficado acomodado com esse status político, mas creio que ainda há muito a fazer para levar a consciência da cidadania. E esse é um lugar onde essa consciência é mais do que necessária.
 Mas ao ver uma situação com a do Amazonas, como o senhor diz, tão esquecido pelo Estado, o senhor não desanima?
A política também é uma questão de fé. Para que ocorram as mudanças é preciso acreditar nelas. Se não houver essa fé, há o desanimo. Sei que ainda é a minoria que pratica a política pela política. A maior parte faz pela politicagem. Mas o PRB ouve o clamor do povo. O PRB está compromissado em levar adiante projetos que favoreçam o povo e não os interesses de alguns.
 E quais seriam os principais problemas do Amazonas?
Aqui falta tudo. O Amazonas é esquecido pela União. A Saúde é uma vergonha. Nem na capital, Manaus, temos um saneamento básico decente. Nossa economia recebe investimentos pífios. E olha que temos um vasto potencial. Imagine a indústria pesqueira, por exemplo. Não era preciso muito a não ser investir em novos portos fluviais, com maior capacidade de escoamento e em armazenagem com câmaras frigoríficas; estaríamos dando vazão a um potencial incomensurável. Acredito que os candidatos a prefeito deverão levar em consideração esse setor, investindo na logística, como forma de dar um salto na qualidade de vida e na economia local. Outra necessidade premente é de investir na agricultura de subsistência. Hoje, praticamente tudo é importado. De hortaliças a produtos que às vezes são oriundos daqui, mas passam por industrialização fora e voltam mais caros. Quer um exemplo? Veja a situação da Zona Franca. Para nós, vários produtos feitos aqui saem mais caros do que para um morador de Brasília e São Paulo, com renda maior.
 Não só para vencer as eleições, mas para dar prosseguimento às mudanças que o senhor defende, será necessário o apoio de outros grupos políticos. Quem poderia fazer parte desse arco de alianças para mudar a realidade do Amazonas?
Hoje, no Amazonas, qualquer partido ou grupo político que trabalhe para a população e não para seus próprios interesses. Priorizamos o povo, sem nos manter ligados à legenda “A”, “B” ou “C”; até porque sabemos que alianças em nível nacional podem não se repetir em nível estadual. Imagine então em nível municipal. Queremos uma coligação pela cidadania.
 Para o senhor ser 10 é...
Acima de tudo ter comprometimento com Deus e com o povo. Sem esse comprometimento, você é um zero na cidadania e também na política.



Fonte: PRB Nacional
Postado por: Paulo Henrique (PH)
Foto: Google imagens

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