A deputada estadual Ângela Albino (PCdoB) disputa pela segunda vez a prefeitura de Florianópolis (SC). Depois de um quarto lugar em 2008, ela volta entre os líderes das pesquisas de intenção de voto. Bancada pela direção nacional de seu partido, ela está à procura de uma aliança que dê musculatura à sua campanha. O tema da campanha está pronto: falta planejamento à cidade, que cresceu desordenadamente. “Isso prejudica o município, que sempre esbanjou qualidade de vida”, afirma.
Leia a íntegra da entrevista da candidata ao jornalista Marcelo Osakabe, da Revista Época:
Época: A senhora aparece bem nas pesquisas, tem o menor índice de rejeição, mas seu partido tem estrutura pequena e precisa de um aliado forte para encarar a disputa. Como estão as conversas com o PT, seu tradicional companheiro?
Ângela Albino: A minha candidatura faz parte do projeto nacional do PCdoB, que tem levado essa questão nas discussões em Brasília. Para nós, o PT é um aliado natural, e continuamos a conversar com seus interlocutores, como a ministra Ideli Salvatti. Temos um potencial de voto bacana, mas ele vai se desenvolver apenas quando aparecerem as coligações.
Época: Existem outros partidos que apoiam sua candidatura?
AA: PR e PRB já garantiram apoio ao meu nome, o que nos garante em torno de quatro minutos para a campanha na TV.
Época: Quais serão os principais temas de sua campanha?
AA: Focarei em três: saúde, mobilidade urbana e segurança. No fundo, eles estão ligados a um maior, que o planejamento. A cidade cresceu muito rapidamente. Mais de um terço do eleitorado mora há menos de doze anos aqui, e a cidade ganha quinze novos moradores por dia. Ela ainda triplica sua população durante as férias. Isso prejudica o município, que sempre esbanjou qualidade de vida. Até as telecomunicações sofrem com essa falta de planejamento. Nessas férias, estamos tendo muitos problemas com internet e com a rede de celular.
Época: O que fazer?
AA: Queremos investir mais em transporte público. É o carro-chefe para essa campanha. Temos também uma ocupação do solo que é majoritariamente irregular hoje. Quase 70% da cidade é tomado por moradias ilegais, não apenas de baixa renda. Florianópolis é uma cidade linda, mas não pode depender apenas de sua beleza natural para atrair turistas. Precisamos investir mais na economia criativa, no desenvolvimento da cultura. Se, por acaso, chove em Florianópolis durante a época de festas, a cidade fica intransitável, sem uma opção sequer de lazer.
Época: Qual sua avaliação da gestão de Dário Berger?
AA: O prefeito é bem avaliado em algumas ações. Entretanto, acredito que exista um sentimento de mudança muito grande, se não voltado contra a figura do prefeito, ao menos contra seu grupo. Vejo um pedido de renovação por parte da população. Mesmo os candidatos aliados a ele estão adotando o discurso da mudança, apesar de representaram a continuidade do projeto político colocado.
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