Presidente nacional afirmou que é possível fazer política sem mensalões ou sanguessugas.
O presidente do Partido Republicano Brasileiro (PRB), Marcos Pereira, afirmou, em entrevista à Revista Isto é desta semana, que tem dedicado 85% do seu tempo à gestão do partido e que é possível fazer política sem envolvimento com mensalão, Cachoeiras e sanguessugas. O objetivo, nas próximas eleições, é eleger 100 prefeitos e 1,4 mil vereadores, e a maior aposta é a candidatura de Celso Russomano à prefeitura de São Paulo.
Questionado sobre o fato de pequenos partidos servirem como legenda de aluguel para os grandes, ele foi enfático: “Temos uma forma diferente de encarar a política e gerir o partido. Queremos efetivamente construir um partido. E para desenvolver um partido é preciso disputar uma eleição majoritária. Foi assim com os que hoje são grandes. O PT teve várias derrotas, mas enquanto o Lula perdia o partido crescia. Nós não nascemos para ser partido de aluguel”. No lugar da ideologia de esquerda que ergueu o PT, Marcos Pereira afirma que o PRB se pauta pela ética, pelo respeito ao bem público desde a sua criação. “O partido foi criado por pessoas que não aceitam o desrespeito com o dinheiro público. É o caso do ex-vice-presidente José Alencar e outros líderes como o senador do Rio, Marcelo Crivella, que deixaram o PL quando foi descoberto o envolvimento do partido com o esquema do Mensalão. A origem do nosso partido deixa claro que somos diferentes.” O presidente do PRB disse que o partido quer mostrar para a população uma “forma republicana de governar”, com planejamento, gestão sobre a política, fiscalização sobre o que está sendo feito. “Isso é gestão. Isso é administrar. É possível governar para todos e não para grupos com interesses particulares.” Um exemplo dessa conduta, segundo Marcos Pereira, é o senador Marcelo Crivella no Ministério da Pesca. “Em dois meses, ele já mostrou muito. Repito, em apenas dois meses, ele não comprou nenhuma lancha e revolucionou o esquema de gestão no ministério.” Para Marcos Pereira, o grande desafio é fazer com que reformas políticas sejam postas em prática, para que no futuro o partido não passe por algo semelhante ao que condena. O financiamento público das campanhas nos moldes que está proposto hoje é uma das coisas que o PRB gostaria de mudar. “Penso que podemos fazer algo como nos Estados Unidos, onde as pessoas físicas podem fazer doações e a coisa funciona. Aqui o limite para a doação de pessoas físicas é muito pequeno. Se pudéssemos estimular os simpatizantes a doarem nos moldes dos EUA talvez fosse uma solução.” A composição com partidos maiores é uma das estratégias do PRB para chegar com força às próximas eleições. Questionado sobre o porquê de um partido abrir mão de candidatura própria para se unir ao dele, Pereira disse que a candidatura de Russomano em São Paulo é uma ótima oferta. “Russomano está em segundo lugar nas pesquisas, perdendo apenas para o ex-governador José Serra. É um candidato conhecido, sem rejeição. Esse é um patrimônio considerável.” Sobre a conversa que teve com o ex-presidente Lula, na semana passada, Marcos Pereira foi ponderado, dizendo que o petista comentou as pesquisas (em São Paulo) e manifestou interesse em ter o apoio do PRB. “Mas eu disse que não podemos abrir mão da candidatura própria, pois queremos construir um partido e, para isso, precisamos disputar a eleição, principalmente em São Paulo. O presidente Lula compreende muito bem essa posição.” Por enquanto, o PRB não conta com o apoio de nenhum grande partido, e Marcos Pereira expõe uma boa razão para isso: “Todos sabem que queremos mesmo fazer política de forma diferente. Esse tipo de coisa pode estar na origem do Mensalão. O Brasil clama por algo novo, por algo transparente e nós somos o novo.” |
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