Na manhã desta terça-feira (13), o ministro Marcelo Crivella se reuniu, em Brasília, com empresários da aquicultura nacional. O objetivo foi estreitar relações e conhecer a experiência de campo destes produtores para a implantação de políticas públicas de estímulo ao setor.
Os empresários elogiaram a atuação do Ministério e as conquistas já alcançadas nos últimos anos, mas também abordaram os problemas que ainda impedem o maior avanço do setor. Para os empresários, são pontos críticos a morosidade e os impeditivos relacionados à concessão de licenças ambientais nos estados. Também destacaram a importância da pesquisa científica para apoiar a criação das espécies nativas em cativeiro e para o desenvolvimento de máquinas e equipamentos adequados.
Potencial e gargalos
Segundo o último boletim estatístico da pesca e aquicultura brasileira, do MPA, a produção aquícola nacional em 2010 foi de 479,4 toneladas, representando um aumento de 15,3% em relação à produção de 2009. No triênio 2008-2010, o incremento foi de 31,2% na produção. Apesar deste grande fôlego, o setor ainda está longe, nas palavras do ministro Crivella, de “produzir na escala compatível com as nossas riquezas naturais”.
O País conta, afinal, com 12% da superfície de água doce do planeta e uma costa de mais de oito mil quilômetros de extensão. Todos estes recursos podem levar o País, dentro de alguns anos ou décadas, a se tornar um dos maiores produtores mundiais de peixes, crustáceos e moluscos.
Para Camilo Diógenes, representante da Associação Cearense de Aquicultores (ACEAq), apenas o estado do Ceará tem potencial para produzir anualmente 240 mil toneladas de tilápia. Entretanto, os embaraços com o licenciamento ambiental estão limitando a produção a apenas 15% deste total. Já Pedro Furlan, diretor presidente da Nativ Pescados, destacou que o maior desafio para o País “é criar um modelo para atingir alta escala de produção, com empresas âncoras”.
O produtor de pescado e ração Aniceto Wanderley, de Roraima, lembrou que a aquicultura tem importância social para a Amazônia e é uma atividade que não demanda desmatamento. Recordou que o BNDES deve ser um parceiro das iniciativas na região.
Em Rondônia, apontou que o desenvolvimento do peixe tambaqui em cativeiro “é fantástico”. O espanhol Roman Davila, diretor-executivo da Pescanova Brasil, alertou para o fato de que a aquicultura brasileira deve se voltar não apenas para o mercado interno quanto para o internacional. Para tanto, defendeu a redução de custos de produção.
O consultor Sérgio Annibal, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, convidado pelo ministro Marcelo Crivella para o encontro, informou que o pirarucu da Amazônia, um dos maiores peixes do mundo, está fazendo muito sucesso em países como o Japão, pela sua carne branca e suave.
Jorge Souza, CEO do grupo Mar & Terra afirmou que o País precisa investir mais em pesquisa em áreas como manejo, sanidade e melhoramento genético, para “reduzir custos e tornar o setor competitivo”. Preconizou ainda um modelo em que as empresas pequenas e médias se dediquem à produção e as empresas maiores, chamadas âncoras, à parte de processamento e comercialização.
Elogiou as espécies nativas de peixe, de grande biodiversidade, e destacou o imenso potencial da Amazônia e do Pantanal para atividade aquícola. Para Luiz Valle, diretor-executivo da Cavalo Marinho, o MPA tem uma função estratégica para o setor aquícola nacional.
Por sua vez, Jaime Brum, do Projeto Pacu, lembrou que o governo do Acre se uniu a nove cooperativas e associações de pequenos produtores, e ainda a 15 grandes produtores, para desenvolver um projeto capaz de elevar a produção estadual de cinco mil para 20 mil toneladas até 2015. Na parte industrial os investimentos chegam a R$ 53 milhões, para a construção de uma moderna fábrica de ração, frigorífico e produção de alevinos.
Fonte: www.mpa.gov.br
Fotos: Google Imagens
Postado por: PH
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