Gestos de relevância antecederam, ontem, a reunião do diretório municipal do PT da Capital que decidiu pela neutralidade da sigla no segundo turno. À tarde, um dia depois de anunciar o apoio, a bancada do partido na Assembleia referendou a resolução do diretório estadual que orienta a preferência pelos candidatos do PMDB. Em outro momento, o presidente Nildomar Freire, vice na chapa da Angela Albino (PC do B), valorizava a presença do secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi, no encontro com filiados em Florianópolis.
Os deputados estaduais validaram o apoio a Gean Loureiro, enquanto o prefeito Carlito Merss e partidários de Joinville já haviam antecipado que, em nome da autonomia local, seguiriam com o pessedista Kennedy Nunes, posição que os afasta do peemedebista Udo Döhler. Na plenária do diretório da Capital, Nildão ressaltava, antes de iniciada a reunião decisiva, que o debate do encontro deveria se dar no campo de análise da conjuntura e do processo, e não pautado em diferenças pessoais.
Foi a senha para dizer que havia espaço para a orientação estadual na presença de um líder nacional, mas com clara manifestação por liberar os filiados. Não só os petistas estavam interessados na deliberação de apoios. O presidente em exercício do PC do B, Jucélio Paladini, que substitui a deputada Angela Albino, que pediu licença da Assembleia e do comando do partido por 15 dias, reforçava que a ideia de unidade estava mantida.
Os comunistas também pretendem acabar com a novela nas próximas horas. Por isso, blindaram Angela, candidata derrotada, que reclama dos ataques que sofreu de Cesar Souza Junior (PSD) e de Gean, além do não cumprimento de um pacto de não-agressão por parte do peemedebista e de utilização indevida de seu nome na propaganda do segundo turno. Qualquer que seja a decisão do PC do B, Angela estará preservada. Enquanto isso, os eleitores que deram 25,03 % dos votos válidos à coligação têm o direito de seguir ou não o que foi acordado pelos partidos. Fato democrático.
Espraiado
Deputado Nilson Gonçalves (PSDB) explica que atendeu ao pedido da família e não participou da campanha em Joinville.
Em vez disso, correu a região e comemora as conquistas em Araquari, Massaranduba e Garuva.
Sucessor
Quarto mais votado a vereador em Itajaí, o advogado Tiago Morastoni (PT) é o orgulho do pai, o deputado Volnei Morastoni, que já governou a cidade. Os outros dois filhos de Volnei são médicos e não querem saber de concorrer, embora gostem da política partidária.
O parlamentar até admite que teve vontade de estar na disputa local, mas mudou o foco para fazer campanha de São Francisco do Sul até Tubarão, onde valoriza a vitória de Olávio Falchetti, que se elegeu prefeito sem qualquer coligação.
"Não toco neste assunto este mês."
Gelson Merisio, presidente da Assembleia, sobre a sua sucessão no comando do Legislativo.
Para refletir
Durante a assinatura do decreto para facilitar a vida dos pequenos comerciantes varejistas, o governador Raimundo Colombo disse que “quando uma empresa fecha, não encerra apenas a geração de empregos, acaba
com o sonho de vida de uma pessoa, com a motivação de uma família inteira".
É verdade, como também será necessário que a burocracia do Estado diminua muito para ser considerada, no mínimo, tolerável.
Polêmica
Depois de Joinville foi a vez de Florianópolis ter exigida a manutenção da triagem da advocacia dativa pela OAB para pessoas sem condições de pagar um advogado.
A determinação é da Justiça Federal em ação proposta, mais uma vez, pela Defensoria Pública da União, enquanto não iniciam os trabalhos da Defensoria Pública de Santa Catarina.
Neutralidade
O DEM não apoiará nem Kennedy Nunes (PSD) nem Udo Döhler (PMDB).
Liberou os filiados no maior colégio eleitoral do Estado.
Roberto Azevedo
ND FLORIANÓPOLIS |
