segunda-feira, 30 de abril de 2012

Secretario de SC citado em escuta de Carlinhos Cachoeira


Inquérito cita pelo menos 20 vezes o secretário de Comunicação de Santa Catarina, Enio Branco

O secretário de Comunicação de Santa Catarina, Enio Branco, é citado pelo menos 20 vezes no inquérito da Polícia Federal que investiga a rede de atividades do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Em 16 páginas do inquérito, Enio é citado 22 vezes. Em 11 vezes, as citações são feitas pelos personagens grampeados pela PF. Nas outras 11 vezes, são citações feitas pelos investigadores em resumos das conversas ou em interpretações dos agentes.

Parte da investigação vazou neste final de semana, depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter compartilhado a documentação – que estava em segredo de Justiça – com a CPI do Congresso que investiga a ligação entre Cachoeira e políticos.

Nenhuma das gravações mostra diálogos de Enio Branco com o senador goiano Demóstenes Torres e nem com Cachoeira. O atual secretário estadual de Comunicação, à época das escutas (março a agosto de 2011) estava à frente da SC Participações (SCPar), estatal responsável por captar investimentos privados para o Estado. Enio não foi gravado pela PF, mas seu nome aparece nos diálogos.

Às 9h38min de 8 de agosto do ano passado, Demóstenes diz a Cachoeira que precisa falar com urgência sobre Enio Branco:

— Demóstenes — Eu preciso falar com você urgente. Assim que sair daqui. O Enio Branco me procurou, foi embora, mas deixou aqui algumas coisas pra você resolver.

— Cachoeira — Quem?

— Demóstenes — Enio.

— Cachoeira — Ah, tá bom.

Às 15h04min, Cachoeira liga para Wladmir Garcez, vereador do PSDB em Goiânia e apontado pela PF como braço direito do contraventor. Na conversa, Cachoeira avisa que Branco "quer fazer um negócio":

— Cachoeira — Pra procurar urgentemente o Enio, tá. O Enio quer fazer um negócio lá. A rodoviária. Já falou com o governador. O governador já liberou e o trem tá com ele.

— Wladmir — Nossa senhora, beleza. Vou ligar pra ele aqui já.

Mais de hora depois, Cachoeira, que havia se reunido com Wladmir na sede da empresa Delta Construção (citada em inúmeras suspeitas no inquérito), pergunta a Demóstenes sobre como articular com Enio uma conversa sobre a rodoviária.

— Cachoeira — Aquele negócio da rodoviária lá, como é que fala com o Enio, hein?

— Demóstenes — Vou te dar o telefone.

— Cachoeira — Não, cê podia falar com ele já pra marcar pro pessoal ir lá. É só procurar lá? Fala com o Wladmir.

— Demóstenes — Vou ligar pra ele depois te retomo aí.

Um mês antes, em 6 de julho de 2011, um homem não identificado pela PF pede para Cachoeira falar com Demóstenes, para que o senador consiga uma reunião com o governador Raimundo Colombo. O contraventor responde que "quem resolve esse problema é o Enio" .

No dia seguinte, Cachoeira diz a Demóstenes que o argentino Roberto Coppola está em Florianópolis e quer se encontrar com Enio. Segundo a PF, Coppola é considerado "um megaempresário do ramo de caça-níqueis" e atua como consultor de Cachoeira na abertura de empresas e na construção de sites de jogos online. Na sequência do telefonema, Cachoeira pergunta se Demóstenes pode marcar o encontro com Enio, recebendo resposta positiva.

Uma hora e 40 minutos mais tarde, Demóstenes retorna a ligação para Cachoeira, passando o endereço no qual o argentino poderá se encontrar com Enio. Trata-se do prédio da Secretaria e Administração, onde também funciona a SC Par. Nesta altura do inquérito, a PF faz o seguinte resumo:

"Demóstenes passa endereço para Roberto Copolla encontrar Enio Branco SC 401 centro administrativo, caminho das praias norte da ilha. SCPAR, órgão que ele preside, onde fica Secretaria da Fazenda".

Em seguida, ainda segundo o inquérito da PF, Cachoeira telefona para Coppola, repassando o local do encontro com Enio.

No dia 10 de julho, Demóstenes diz por telefone ao bicheiro que Enio está na “praça”, e pergunta se Cachoeira quer encontrá-lo. Pelos relatórios da PF, nessa época o grupo discutia uma forma de participar da construção da uma nova rodoviária. Diz o resumo da PF:

"Carlinhos diz que precisam falar com Enio. Negócio de Santa Catarina. Fernando. Artec fez a rodoviária em Brasília e é a mesma obra que Santa Catarina precisa ..."

O inquérito da PF, então, reproduz diálogo de Cachoeira e Demóstenes:

— Cachoeira — Você só fala com ele que você já está sabendo disso daí, que é importante, que a Artec já fez o negócio em Brasília. A rodoviária, nova, viu? E é o mesmo que a gente está precisando lá em Santa Catarina, e é com ele. Você avisa a ele antes dele ir embora.

— Demóstenes — Vou falar com ele. Vou ligar pra ele agora.

Um outro relatório, produzido pelo Ministério Público Federal, mostra que Enio também foi citado por este órgão. O relatório afirma que Enio foi presidente das Centrais Elétricas de Goiás (Celg), "tendo sido afastado do cargo em razão de suspeita de, no exercício do cargo, ter beneficiado a empresa Ecoluti Tecnologia e Serviços Ltda".
Fonte: fabio.schaffner@gruporbs.com.br 

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